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segunda-feira, 2 de março de 2015

NOTAS SOLTAS DA NET


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Biologia sintética, engenharia genética, bioinformática, biologia computacional. Todas essas ciências vêm se desenvolvendo a passos largos desde o final do século XX e apontam um futuro promissor. Através delas, por exemplo, é possível manipular a informação genética de organismos simples como bactérias, leveduras e plantas (e, em breve, células mais complexas como as dos mamíferos) para fazer com que elas realizem funções para as quais não foram feitas originalmente.
Um exemplo: é possível modificar o DNA da bactéria Escherichia coli, encontrada no intestino humano, para que ela produza uma proteína fluorescente ao entrar em contato com determinada substância. Ou para que ela produza cheiro de banana (sim, isso mesmo), ou ainda, que consiga degradar certos materiais tóxicos, enfim, as possibilidades são inúmeras - e crescem à medida que mais organismos são estudados e passam a ser manipulados.
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É nesse contexto que desponta a bioarte, uma modalidade emergente do fazer artístico que tem como preceito a manipulação genética e o pensamento derivado da biologia sintética. O simples uso de seres vivos, ainda que sejam bactérias, já causa algum desconforto e nos coloca em dúvida quanto à legitimidade de tal arte - dessa maneira, a bioarte nasceu se autoquestionando ao mesmo tempo em que questiona sobre a relação do ser humano com as outras formas de vida.
A bióloga e artista Christina Agapakis possui uma obra muito interessante que levanta esse tipo de questão. O queijo feito a partir de bactérias do pé humano, obra intitulada Selfmade é um belo exemplo.
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A produção desse queijo foi feita a partir da modificação de bactérias dos pés, para que elas produzissem as proteínas presentes na fabricação do queijo comum.
"Nós vivemos num mundo biológico completamente rodeado de ricas comunidades de microorganismos, mas frequentemente, num mundo cultural que enfatiza a total assepsia", diz a sinopse da obra; e: "Como a biologia sintética mudará nossa relação com as comunidades microbióticas que nos cercam?".
Quem quiser mais, veja no site da artista aqui.

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