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terça-feira, 2 de dezembro de 2014

NOTAS SOLTAS DA NET



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“O cachorro é o melhor amigo do homem” é uma frase, no mínimo, hedionda. Estes animais, que se dão tão bem com os homens e são tão companheiros, não podem ter essa definição por ela dizer mais a respeito da natureza do Homem do que do cachorro. Ao afirmar isso, comprovamos que para culminar o termo amizade necessariamente precisamos de alguém que seja mais limitado que nós, e o pior: subordinado. Mostra que não aceitamos o igual e sem aceitar isso não existe o respeito em sua plenitude. Porém, confundir essa ligação que o Ser Humano tem ao seu cachorro é compreensível sob alguns aspectos. Há detalhes nesse vínculo que deveriam ser observados com mais atenção para que desta forma possamos entender algo que está entrando em extinção em uma época de intensa individualidade: o outro.
A experiência de ter um cachorro, ou um animal de estimação, pode ser transformadora se você parar para analisar essa conexão sob a ótica da alteridade, aprofundando essa experiência para o caráter humano. Dessa forma, é possível entender a verossimilhança que há no dito popular que vincula o cão como melhor amigo do Homem e quais são os elementos responsáveis por esta formação.
O primeiro elo que se dá entre estas duas espécies é a confiança. Este ponto é algo a ser conquistado, não é algo pré-estabelecido logo no começo da relação. O Homem não chega ao animal e diz “agora você deve confiar em mim”, mas isso faz parte de um processo. Para qualquer convívio em grupo, a confiança é o pilar fundamental que sustenta uma união. Tendo em vista um mundo de constantes frustrações, em que as expectativas são alimentadas de forma doentia pela mídia e até mesmo pela a educação, este frágil atributo se torna quase que uma utopia, fomentando mais e mais a crescente individualidade.
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Desconfiar é sinônimo de inteligência, enquanto a inocência da entrega é vista como uma fraqueza, ainda mais em nossa cultura em que os “espertos” são aqueles que enganam e levam “mais”. É muito relativo esse “mais”, principalmente no âmbito das relações em que a troca que existe não é somatizada pela quantidade, e sim pela concordância.

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