As amizades no trabalho, mesmo sendo voláteis e liquefeitas, determinam atualmente o desempenho, a lealdade ao empregador e a vida pessoal dos trabalhadores nos tempos modernos. Como entender esta realidade, observando vínculos de trabalho e padrões de castas cada vez mais cruéis, com colegas de trabalho que estão bem longe de serem AMIGOS?
Os padrões de amizade mudaram muito ao longo das décadas até chegarmos no ponto da “crise da amizade”, onde pode se viver com 500 amigos virtuais e nenhum presencial. No ambiente de trabalho esta mudança social não foi diferente. Amigos verdadeiros tornaram-se colegas, que existem em um emprego porém que não se leva para outro. Muitas vezes nem no próprio emprego se observam os colegas pois, como descreve José Saramago em “O ensaio sobre a cegueira”, entra-se com uma “cegueira branca” no ambiente de trabalho e o foco é a meta, o prazo, quem sobe de cargo, quem será demitido, o que acontece no prédio do lado... Nossos trabalhadores não têm tempo de olhar a mesa ao lado, o drama humano ao seu alcance.
Esta dinâmica de isolamento não permite “AMIGOS”... Mas para sua aderência e sucesso, o trabalhador necessita sentir uma aura de amizade. Não sentir acolhimento, não sentir pertinência ao grupo de trabalho pode ser mais danoso que assédio moral e bullying como reportagem publicada pela revista brasileira EXAME, baseada em um estudo da Universidade Sauder School of Business.
Um ostracismo, a falta de amigos de papel, ou de vento, parecia menos danosa que o assédio moral em si. Parece mais aceitável calar-se perante a um colega se não há nada de bom a dizer, porém o impacto do silêncio, causa muito desamparo e transmite um sentimento de que o trabalhador não é digno de atenção.
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