Vasco Graça Moura, o escritor para quem a poesia era a sua "forma verbal de estar no mundo", morreu hoje, em Lisboa, aos 72 anos.
Poeta, ensaísta, romancista, dramaturgo, cronista e tradutor de clássicos, Vasco Graça Moura nasceu no Porto, na Foz do Douro, em 1942, licenciou-se em Direito, pela Universidade de Lisboa, e chegou a exercer a advocacia, de 1966 a 1983, até a carreira literária se estabelecer em pleno. Na altura, apenas a poesia definia a sua expressão, com títulos como "Modo mudando", estreia nas Letras, em 1962, a que se seguiram títulos como "Semana inglesa" e "O mês de Dezembro".
Mas Vasco Graça Moura era também o jurista, o gestor e o político. Em 1974, após o 25 de Abril, aderiu ao Partido Popular Democrático, actual PSD, tendo assumido a secretaria de Estado da Segurança Social do IV Governo Provisório, liderado por Vasco Gonçalves. A experiência governativa duraria pouco mais de cinco meses, de Março a Agosto de 1975, e não voltaria a repeti-la. Prosseguiu, porém, na esfera pública, num percurso que culminaria na presidência do Centro Cultural de Belém, em Lisboa, iniciada em Janeiro de 2012.
Antes, foi director da RTP (1978), administrador da Imprensa Nacional-Casa da Moeda (1979-1989), cuja política de edição literária dinamizou, foi presidente da Comissão Executiva das Comemorações do Centenário de Fernando Pessoa (1988) e da Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses (1988-1995), para a qual coordenou a revista Oceanos.Dirigiu a Fundação Casa de Mateus, foi comissário-geral de Portugal para a Exposição Universal de Sevilha (1988-1992) e director do Serviço de Bibliotecas e Apoio à Leitura da Fundação Calouste Gulbenkian (1996-1999).
Em 1999, passadas mais de duas décadas sobre a sua passagem por um governo provisório, o escritor regressou à política activa, nas listas sociais-democratas ao Parlamento Europeu, tendo sido deputado até 2009, no Grupo do Partido Popular Europeu.
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