Segundo a Teoria da inveja do pênis, de Sigmund Freud, as mulheres ao constatarem a inferioridade do seu aparelho sexual experimentavam uma invídia do órgão sexual masculino, de tal forma que sentiam sua ausência como se castradas fossem. Tal desconforto só seria ultrapassado com o nascimento de um filho do sexo masculino. Jung se contrapôs a tal teoria diferindo-a e considerando que a representação do pênis carregado de inveja era muito mais amplo que apenas o sexual.
De Caim a Freud; de Jung as redes sociais, do pênis à vagina, não importa, a inveja existe e é sempre o pecado do outro.
Todos conhecem um invejoso, mas ninguém o é. Esquecemos que em algum momento somos também o outro. Somos o outro da vida do outro. Negamos em nós, acusamos nos outros como coisa terrível que nos prejudica.
A inveja é lança mal aproveitada; é pavorosa para quem a percebe, mas pode ser sublime para quem a sente. Se reconhecermos sem pudores os momentos de inveja que nos assolam, encontraremos os espaços que nos incomodam. Aceitar o que me incomoda é também entender meus limites.
Nos comparamos todo o tempo ainda que secretamente. Nos enxergamos através de comparações, mas tentamos pautar a excelência em nós. Se o outro é mais, é demais; se menos, torna-se nada. Ver-se é comparativo, por isso difícil. Olhar-me nu é reconhecer também minhas limitações.
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