O novo filme de Alfonso Cuarón faz uma anologia ao nascimento, evolução e morte num cenário espacial denso e realista.
No filme, os astronautas são obrigados a lutar pela a vida quando um acidente os deixam fora dos radares da NASA, vagando às cegas no insólito espaço sideral em órbita do planeta Terra. Desde o filme Filhos da Esperança, que eu considero uma obra-prima, Alfonso Cuáron vem aprefeiçoando a técnica de plano seguência, técnica onde uma cena inteira é filmada sem cortes e em Gravidade quase todo o filme é feito se utilizando deste tipo de artifício cinematográfico, que em mãos levianas se transformam em algo esquizofrênico e difícil de se assistir e compreender.
Os efeitos em CGI foram muito bem usados e a imensidão do espaço está muito bem contextualizada na fotografia vislumbrante deste filme que nos imerge em sua grande vastidão e na claustrofobia dos cubículos dos veículos e estações espaciais com seu fabuloso 3d, e na intensa e ensurdecedora trilha sonora que por incrível que pareça é focada no silencio aterrador, nos fazendo compreender a anologia à fecundação e existencia, transformando estes espaços em um útero onde a personagem principal cresce, muda sua forma e se diferencia a cada nova adversidade, tendo sempre ao longe o planeta Terra confortando e nutrindo seu espírito e esperando ansiosamente que ela se salve deste desastre e que cumpra seu papel de sobrevivente, completando o ciclo e vivenciando no seio materno da mãe Terra o derradeiro renascimento.
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