Acerca de mim

quinta-feira, 2 de maio de 2013

NOTAS SOLTAS DA NET


A "UTOPIA" DO MARQUÊS DE SADE

O Marquês de Sade ficou para a posteridade, principalmente, a partir da década de 1960, como o mais maldito e criminoso dos escritores modernos ou como o mais divino, como taxaram os surrealistas. Esse breve texto busca sondar alguns nuances do seu pensamento político, externado de forma mais explícita após o autor presenciar a derrocada do Ancien Régime e ter declarado sua adesão ao republicanismo por meio do libelo "Franceses, mais um esforço se quiserdes ser republicanos".

marques_de_sade.jpg
A França do século XVIII foi um verdadeiro celeiro para a produção da chamada "baixa literatura". O índex de livros proibidos pela polícia do Antigo Regime colocava lado a lado obras como a Enciclopédie, composta por 33 volumes e de autoria de Denis Diderot e Jean d´Alembert, bem como narrativas que expunham a aristocracia e as autoridades clericais em situações sexuais escandalosas como O menino do bordel, de Pigault-Lebron ou Thèrése philosophe, cuja autoria é atribuída a Montigny ou D´Argens. Nos depósitos da Bastilha, as autoridades confiscavam e armazenavam lado a lado textos pornográficos e clássicos do iluminismo. O fato é que para os juízes e censores do Ancien Régime não existia uma diferença muito grande entre o conteúdo de livros eróticos e filosóficos, pois ambas categorias eram taxadas de "literatura filosófica".
Nesses termos, o Marqu

Sem comentários: