Pastelaria Horta fechou 140 anos depois
A rua Formosa perdeu, no final de Março, a sua última pastelaria e salão de Chá: o Horta. Fundado em 1873 por um pasteleiro do Porto, que se radicou em Viseu, o estabelecimento não resistiu à crise que tem afectado o comércio nesta cidade, e encerrou as portas. Quase século e meio depois. Definitivamente?! Só o tempo o dirá.
O anúncio do encerramento, que há muito se adivinhava, feito através de um aviso na porta a informar o fecho para obras, não deixou, mesmo assim, de surpreender uma clientela diária ainda fiel. “Era inevitável. É a consequência de uma crise que não conseguimos ultrapassar”, lamentou ao VR Paulo Gaspar, da gerência do estabelecimento.
A Pastelaria Horta era o último espaço do género que ainda resistia na Rua Formosa. Antes dela, já tinham desaparecido estabelecimentos, entre outros que a memória já não alcança, como o café Guarany, em frente à Agência de Publicações Domingos, Agostinho e Filhos, o café Montanha onde hoje se localiza a Pretexto, o Bijou que acolheu mais tarde a Casa Tavares, os cafés Rossio e Santa Cruz e a pastelaria Santos. Havia ainda a pastelaria Lisboa, no gaveto com a rua dos Combatentes, que servia no rés-do-chão a famosa ginjinha do “João das Catembas”. Isto sem falar das pensões Ideal e Rambóia, e da Casa de Pasto Barreto.
No tempo em que a Rua Formosa era a principal artéria da cidade de Viseu, ponto de encontro de gerações de viseenses e local de visita obrigatória para quem se deslocava à cidade, os cafés e pastelarias eram uma imagem de marca. A Horta, neste caso, era procurada por quem, de longe, não queria perder a oportunidade de saborear as especialidades regionais que ali tinham o seu santuário, como as castanhas de ovos, os papos de anjo, ou os pastéis de feijão e de Santa Luzia.
“Era a casa mais bem frequentada de toda a região. Ao ponto de, em tempos mais recuados, só ser permitida a entrada a clientes que levassem gravata”, recorda António Barros Correia – Tó como é mais conhecido -, que trabalhou 27 anos no Horta. Primeiro como empregado e depois como sócio gerente. O ex-proprietário lembra, entre outras as presenças de Mário Soares e Eunice Muñoz. Mas, outras memórias mais antigas, lembram que o escritor Aquilino Ribeiro era cliente diário do estabelecimento.
O fecho da pastelaria Horta junta-se ao sucessivo encerramento de estabelecimentos que, nos últimos anos, relegaram para um plano secundário a que era a mais emblemática rua da cidade de Viseu em termos comerciais. Apenas nos últimos meses, várias lojas fecharam também as portas, algumas das quais por via da sua deslocalização para outros pontos da cidade.
“Lamento. Era um dos estabelecimentos mais antigos de Viseu, rico em iguarias a que todos os viseenses se habituaram desde a sua infância. Infelizmente isto é o dia a dia, numa zona da cidade fundamental para a projecção do centro urbano”, confessa Gualter Mirandez, presidente da Associação de Comerciantes.
O dirigente associativo lembra que a nível nacional estão a fechar 20 lojas por dia, enquanto no distrito de Viseu esse número é de uma a três lojas.”É a nova realidade a que infelizmente teremos de nos adaptar”, conclui Mirandez.
Ler mais: http://expresso.sapo.pt/tres-mortos-e-dois-feridos-em-colisao-no-ip3=f718028#ixzz1rflBEsnf
O anúncio do encerramento, que há muito se adivinhava, feito através de um aviso na porta a informar o fecho para obras, não deixou, mesmo assim, de surpreender uma clientela diária ainda fiel. “Era inevitável. É a consequência de uma crise que não conseguimos ultrapassar”, lamentou ao VR Paulo Gaspar, da gerência do estabelecimento.
A Pastelaria Horta era o último espaço do género que ainda resistia na Rua Formosa. Antes dela, já tinham desaparecido estabelecimentos, entre outros que a memória já não alcança, como o café Guarany, em frente à Agência de Publicações Domingos, Agostinho e Filhos, o café Montanha onde hoje se localiza a Pretexto, o Bijou que acolheu mais tarde a Casa Tavares, os cafés Rossio e Santa Cruz e a pastelaria Santos. Havia ainda a pastelaria Lisboa, no gaveto com a rua dos Combatentes, que servia no rés-do-chão a famosa ginjinha do “João das Catembas”. Isto sem falar das pensões Ideal e Rambóia, e da Casa de Pasto Barreto.
No tempo em que a Rua Formosa era a principal artéria da cidade de Viseu, ponto de encontro de gerações de viseenses e local de visita obrigatória para quem se deslocava à cidade, os cafés e pastelarias eram uma imagem de marca. A Horta, neste caso, era procurada por quem, de longe, não queria perder a oportunidade de saborear as especialidades regionais que ali tinham o seu santuário, como as castanhas de ovos, os papos de anjo, ou os pastéis de feijão e de Santa Luzia.
“Era a casa mais bem frequentada de toda a região. Ao ponto de, em tempos mais recuados, só ser permitida a entrada a clientes que levassem gravata”, recorda António Barros Correia – Tó como é mais conhecido -, que trabalhou 27 anos no Horta. Primeiro como empregado e depois como sócio gerente. O ex-proprietário lembra, entre outras as presenças de Mário Soares e Eunice Muñoz. Mas, outras memórias mais antigas, lembram que o escritor Aquilino Ribeiro era cliente diário do estabelecimento.
O fecho da pastelaria Horta junta-se ao sucessivo encerramento de estabelecimentos que, nos últimos anos, relegaram para um plano secundário a que era a mais emblemática rua da cidade de Viseu em termos comerciais. Apenas nos últimos meses, várias lojas fecharam também as portas, algumas das quais por via da sua deslocalização para outros pontos da cidade.
“Lamento. Era um dos estabelecimentos mais antigos de Viseu, rico em iguarias a que todos os viseenses se habituaram desde a sua infância. Infelizmente isto é o dia a dia, numa zona da cidade fundamental para a projecção do centro urbano”, confessa Gualter Mirandez, presidente da Associação de Comerciantes.
O dirigente associativo lembra que a nível nacional estão a fechar 20 lojas por dia, enquanto no distrito de Viseu esse número é de uma a três lojas.”É a nova realidade a que infelizmente teremos de nos adaptar”, conclui Mirandez.
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