Realizado por Vicente do Ó e protagonizado por Dalila Carmo, Ivo Canelas e Albano Jerónimo, este é um retrato íntimo de uma das mais importantes poetisas portuguesas do século XX: Florbela Espanca. Não se conta aqui toda a sua vida cheia de sofrimento, mas um particular momento no tempo, o da crise literária que viveu após o fim do primeiro casamento. Apaixonada por Mário Lage, casa novamente tentando encontrar estabilidade e escrever, mas a vida de esposa na província não é conciliável com sua alma inquieta. Não consegue escrever nem amar. Ao receber uma carta do irmão Apeles, oficial da Aviação Naval e de licença em Lisboa, Florbela corre em busca de inspiração perto da elite literária que fervilha na capital. Na cumplicidade do irmão aviador, Florbela procura um sopro em cada esquina: amantes, revoltas populares, festas de foxtrot e o Tejo que em breve verá o irmão partir num hidroavião. O marido tenta resgatá-la para a normalidade, mas como dar norte a quem tem sede de infinito? Entre a realidade e o sonho, os poemas surgem quando o tempo para. Nesse imaginário febril de Florbela, neva dentro de casa, esvoaçam folhas na sala, panteras ganham vida e apenas os seus poemas a mantém sã. Por isso, Florbela tem que escrever!
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