Pela primeira vez na história do Nobel da Paz três mulheres foram distinguidas ao mesmo tempo: a presidente da Libéria, Ellen Johnson Sirleaf, a sua compatriota Leymah Gbowee e a iemenita Tawakkul Karman. Conheça mais de cada uma das laureadas.
Crente, pragmática e revolucionária, assim é definida a jornalista iemenita. «Uma boa decisão (...)», dizia anteontem a Der Spiegel online, salientando que o Comité de Oslo «honrou com ela os revolucionários entre Tunes e Sanaa e enalteceu ao mesmo tempo o importante papel das mulheres na Primavera Árabe». Tawakkul Karman tem 32 anos e é mãe de três crianças.
Naturalmente, a Federação Internacional de Jornalistas (FIJ)recebeu a notícia com agrado. «É uma excelente notícia e congratulamos Karman calorosamente, cuja tenacidade, coragem e humanidade foram merecidamente reconhecidas», saliento o seu presidente, em comunicado, Jim Boumelha. «Isto é também o reconhecimento pela sua campanha pela liberdade de imprensa no Iémen, que a FIK e o seu filiado iemenita, os Sindicato de Jornalistas do Iémen, de que ela é sócia, sempre apoiaram».
O comunicado da FIJ enaltece ainda o facto de Tawakkul Karman, «sob as mais difíceis condições, antes e durante a ‘Primavera Árabe», ter desempenhado um «papel importante na luta pelos direitos da mulher e pela democracia e a paz no Iémen».
Trata-se também, como salientou a secretária-geral da organização, no documento da FIJ, a brasileira Beth Costa, do reconhecimento de um «extraordinário feito pessoal» de Karman como «a primeira mulher árabe a receber o Nobel da Paz», salientando que o propósito da jornalista iemenita de «conseguir a paz e os direitos fundamentais para os seus compatriotas» é também um «motivo de inspiração para os jornalistas e os amantes da paz em todo o mundo»
A Dama de ferro
A presidente da Libéria é conhecida como a dama de ferro. Ellen Johnson Sirleaf, 72 anos, mãe de quatro filhos e avó de oito crianças, envolveu-se na pacificação de um país massacrado pela guerra civil, tornou-se a primeira mulher africana a ser eleita Presidente da República e tem-se empenhado desde então na realização de profundas alterações estruturais no país e sobretudo na luta contra a corrupção. Apesar da idade, não vira cara à luta, já que se recandidatou ao cargo. A eleição realiza-se na próxima semana.
«Desde que tomou posse em 2006, ela contribuiu para garantir a paz na Libéria, promover o desenvolvimento económico e social e reforçar o lugar da mulher», salientou o presidente do Comité Nobel, Thorbjoern Jagland.
Ellen Johnson Sirleaf foi ministra das Finanças durante os mandatos dos presidentes William Tubman e William Tolbert, nos anos de 1960 e 1980, e teve sempre como meta acabar com a dívida externa e atrair investidores para a reconstrução do país, tarefa sempre dificultada pelos escândalos de corrupção no país e às profundas divisões étnicas que acabariam por redundar em violentas guerras fratricidas, entre 1989 e 2003, com o curto de aproximadamente 250 vidas.
O epíteto de ‘Dama de Ferro’ advém da sua tenacidade na luta contra a corrupção e de nunca ter tido medo de denunciar o que ia mal na Libéria. O preço da sua coragem foi pago com duas passagens pela prisão nos anos 80, sob o regime de Samuel Doe.
A pacifista
Leymah Gbowee, justificou Jagland, «mobilizou e organizou as mulheres, superando as «linhas de divisão étnica e religiosa, para pôr fim a uma longa guerra na Libéria e garantir a participação da mulher nas eleições».
Conhecida como guerrilheira da paz, ela fez da oração instrumento de luta, através de acções que a projectaram na opinião pública entre 1989 e 2003, de tal modo eficiente que o presidente da altura, Charles Taylor, teve de admiti-la nas negociações de paz.
Leyman Gbowee evidenciou-se sobretudo durante o período da guerra civil na Libéria. O seu movimento foi ao ponto de convocar o que se chamou então uma greve de sexo, o que forçou o regime de Charles Taylor sido forçado a chamá-la para a Comissão de Verdade e Reconciliação.
«Gbowee é mais do que corajosa. Ela dominou a tempestade Charles Taylor, obrigando-o a ir para a paz numa altura em que a maioria de nós, homens, fugíamos para salvar as nossas vidas», disse à AFP, Nathan Jacobs, nigeriano de 45 anos.
Em 111 anos de existência, só 12 mulheres receberam até hoje o Nobel da Paz. A última mulher a ser distinguida com este prémio foi a ecologista Wangari Maathal – também ela africana – falecida recentemente.
A decisão do Comité Nobel de Oslo honra o papel internacional das mulheres na resolução de conflitos e representa, ao mesmo tempo, uma saudação e um estímulo para as revoltas no mundo árabe.
Crente, pragmática e revolucionária, assim é definida a jornalista iemenita. «Uma boa decisão (...)», dizia anteontem a Der Spiegel online, salientando que o Comité de Oslo «honrou com ela os revolucionários entre Tunes e Sanaa e enalteceu ao mesmo tempo o importante papel das mulheres na Primavera Árabe». Tawakkul Karman tem 32 anos e é mãe de três crianças.
Naturalmente, a Federação Internacional de Jornalistas (FIJ)recebeu a notícia com agrado. «É uma excelente notícia e congratulamos Karman calorosamente, cuja tenacidade, coragem e humanidade foram merecidamente reconhecidas», saliento o seu presidente, em comunicado, Jim Boumelha. «Isto é também o reconhecimento pela sua campanha pela liberdade de imprensa no Iémen, que a FIK e o seu filiado iemenita, os Sindicato de Jornalistas do Iémen, de que ela é sócia, sempre apoiaram».
O comunicado da FIJ enaltece ainda o facto de Tawakkul Karman, «sob as mais difíceis condições, antes e durante a ‘Primavera Árabe», ter desempenhado um «papel importante na luta pelos direitos da mulher e pela democracia e a paz no Iémen».
Trata-se também, como salientou a secretária-geral da organização, no documento da FIJ, a brasileira Beth Costa, do reconhecimento de um «extraordinário feito pessoal» de Karman como «a primeira mulher árabe a receber o Nobel da Paz», salientando que o propósito da jornalista iemenita de «conseguir a paz e os direitos fundamentais para os seus compatriotas» é também um «motivo de inspiração para os jornalistas e os amantes da paz em todo o mundo»
A Dama de ferro
A presidente da Libéria é conhecida como a dama de ferro. Ellen Johnson Sirleaf, 72 anos, mãe de quatro filhos e avó de oito crianças, envolveu-se na pacificação de um país massacrado pela guerra civil, tornou-se a primeira mulher africana a ser eleita Presidente da República e tem-se empenhado desde então na realização de profundas alterações estruturais no país e sobretudo na luta contra a corrupção. Apesar da idade, não vira cara à luta, já que se recandidatou ao cargo. A eleição realiza-se na próxima semana.
«Desde que tomou posse em 2006, ela contribuiu para garantir a paz na Libéria, promover o desenvolvimento económico e social e reforçar o lugar da mulher», salientou o presidente do Comité Nobel, Thorbjoern Jagland.
Ellen Johnson Sirleaf foi ministra das Finanças durante os mandatos dos presidentes William Tubman e William Tolbert, nos anos de 1960 e 1980, e teve sempre como meta acabar com a dívida externa e atrair investidores para a reconstrução do país, tarefa sempre dificultada pelos escândalos de corrupção no país e às profundas divisões étnicas que acabariam por redundar em violentas guerras fratricidas, entre 1989 e 2003, com o curto de aproximadamente 250 vidas.
O epíteto de ‘Dama de Ferro’ advém da sua tenacidade na luta contra a corrupção e de nunca ter tido medo de denunciar o que ia mal na Libéria. O preço da sua coragem foi pago com duas passagens pela prisão nos anos 80, sob o regime de Samuel Doe.
A pacifista
Leymah Gbowee, justificou Jagland, «mobilizou e organizou as mulheres, superando as «linhas de divisão étnica e religiosa, para pôr fim a uma longa guerra na Libéria e garantir a participação da mulher nas eleições».
Conhecida como guerrilheira da paz, ela fez da oração instrumento de luta, através de acções que a projectaram na opinião pública entre 1989 e 2003, de tal modo eficiente que o presidente da altura, Charles Taylor, teve de admiti-la nas negociações de paz.
Leyman Gbowee evidenciou-se sobretudo durante o período da guerra civil na Libéria. O seu movimento foi ao ponto de convocar o que se chamou então uma greve de sexo, o que forçou o regime de Charles Taylor sido forçado a chamá-la para a Comissão de Verdade e Reconciliação.
«Gbowee é mais do que corajosa. Ela dominou a tempestade Charles Taylor, obrigando-o a ir para a paz numa altura em que a maioria de nós, homens, fugíamos para salvar as nossas vidas», disse à AFP, Nathan Jacobs, nigeriano de 45 anos.
Em 111 anos de existência, só 12 mulheres receberam até hoje o Nobel da Paz. A última mulher a ser distinguida com este prémio foi a ecologista Wangari Maathal – também ela africana – falecida recentemente.
A decisão do Comité Nobel de Oslo honra o papel internacional das mulheres na resolução de conflitos e representa, ao mesmo tempo, uma saudação e um estímulo para as revoltas no mundo árabe.
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