Portugal celebra feriados em dois dias consecutivos
Portugal vive esta semana uma situação rara: celebra feriados em dois dias consecutivos (quarta e quinta-feira) e a capital comemora no sábado o seu feriado municipal.
Na quarta-feira evoca-se o sentimento nacional, o «10 de Junho, Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades» e, na quinta, comemora-se uma das principais referências da fé católica, a crença na presença de Cristo na hóstia consagrada, o «Corpo de Deus» (Corpus Cristo).
Assinalado com celebrações e cortejos religiosos em vários pontos do País, o dia do «Corpo de Deus» entrou no calendário das festas católicas no século XIII por decisão do Papa Urbano IV, através da bula «Transiturus».
Feriado móvel no calendário civil, tem porém uma data fixa face à Páscoa, ocorrendo 60 dias depois do domingo em que os católicos evocam a ressurreição de Cristo.
Como a data das celebrações pascais varia de ano para ano, podendo decorrer entre 22 de Março e 25 de Abril, conforme a ocorrência da primeira lua cheia depois do equinócio da Primavera (no hemisfério norte), a festa do Corpo de Deus decorre sempre numa quinta-feira, para assegurar a sua relação com o dia em que Cristo, na Última Ceia, transformou o pão e o vinho no Seu corpo e sangue.
Mais recente na tradição festiva portuguesa, o 10 de Junho começou por ser celebrado como feriado municipal de Lisboa, no quadro de um decreto da I República.
A escolha surgiu associada à ideia de valorização de um dos maiores nomes da literatura portuguesa, Luís Vaz de Camões, que terá morrido nesse dia, em 1580.
A partir de 1933, no Estado Novo, o 10 de Junho passou a ser celebrado como feriado nacional, evocando, a pretexto do autor de «Os Lusíadas» e de outras figuras de relevo da Nação, como o infante D.Henrique, Vasco da Gama ou Pedro Alvares Cabral, a «raça» portuguesa.
Mais tarde, e ainda durante o governo de Oliveira Salazar, a efeméride dirigiu a sua referência central para as Forças Armadas Portuguesas, homenageadas enquanto instrumento de preservação de um Portugal uno «do Minho a Timor».
Com o 25 de Abril e concluído o processo de descolonização, o 10 de Junho passou a outra temática, sendo convertido, a partir de 1978, em «Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas».
A data manteve Camões para referência, mas Lisboa tinha escolhido, entretanto, outro dos seus «maiores» para patrono do feriado municipal, Santo António.
É por isso que sábado, à semelhança do que acontece a cada 13 de Junho, a capital volta a festejar efusivamente o «santo casamenteiro» que nela nasceu em 1191.
Frade franciscano muito viajado, Santo António morreu em Pádua (Itália) em 1231, tendo realizado na sua curta vida numerosos milagres, alguns deles assumidos pela Igreja Católica, outros simplesmente evocados pelos seus devotos.
A fama de António de Lisboa fez dele um dos santos mais populares para os portugueses, sendo celebrado tanto no País como nas regiões de colonização ou emigração lusas.
Diário Digital / Lusa
quarta-feira, 10 de junho de 2009
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