http://www.luisbelo.com/Deixe-me, leitor, que me lance num exercício de dias com real significado, que a importância é subjectiva, e as biografias são-no ainda mais. Aos seis anos aprendi que não é boa ideia matar abelhas com as mãos, picam, e de mão inchada não é fácil desenhar, uma das minhas paixões de sempre. Paixão essa que me levaria a vencer alguns concursos, entrariam então no meu reportório de prémios, um vale de 50 euros em compras na toys’r’us, um boné do dragonball, o meu orgulho de infância.Nos últimos anos apresentaram-me à fotografia e à música, enquanto as letras rodavam sobre si mesmas e se mostravam poesia, tantas vezes escura, tantas vezes clara. E todas essas formas de arte foram crescendo em conjunto até que a célebre expressão desenhar com luz não fosse uma total desconhecida; até que entre os acordes da guitarra os meus dedos não demorassem meio minuto; até que as palavras, invertidas sobre si mesmas, guardassem que nem fotos todos essas datas que são afinal de uma importância real, assim: aurora, mar, beijo, viagem, vertigem, boca, laços, vírgula, momento, porto, incêndio.
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