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quinta-feira, 24 de julho de 2014

NOTAS SOLTAS DA NET

“Carrega certo preciosismo, geralmente do pior efeito, com um pendor para termos difíceis que roça o mau gosto”. Desta forma definiu a poesia de Sousândrade o crítico literário mais notório do Brasil, Antonio Candido, em seu livro Formação da Literatura Brasileira, de meados de 1950. Aproximando-o da 2ª Geração do Romantismo brasileiro, porém colocando-o no subcapítulo “Os Menores”, Candido fez uma única ressalva acerca do autor das Harpas Selvagens, inspirada no também crítico Silvio Romero: “Decerto o mais inventivo destes poetas”.
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Sousândrade pode, enfim, ter seu lugar entre os grandes nomes de sua arte na história
Joaquim de Sousa Andrade nasceu no Maranhão, em 1832, e teve uma vida lotada de inquietudes: entre estudos na França, viagens pela América equatorial e América do Norte, o abandono pela esposa e pela filha e sua morte, foram anos de incompreensão artística e poética, que pareciam ter fadado a poesia do maranhense a uma procura infindável e, por fim, ao fracasso total. As leituras da obra do poeta em sua época eram carregadas de espanto e estranhamento, a começar já por seu nome artístico: Sousândrade, nome esdrúxulo e de pronúncia rara e pesada. Este estranhamento, seja na crítica ou no leitor comum, levava a avaliação do poeta ao lugar-comum da ininteligibilidade, que perdurou por anos sem se alterar.
Sousândrade é autor de três grandes poemas (além de Harpas de Ouro, posteriormente descoberto): Harpas Selvagens, O Guesa e Novo Éden. O primeiro apresenta um momento de apogeu do Romantismo brasileiro, e veio antes até das publicações de Casimiro de Abreu; os dois últimos transcendem qualquer rótulo que se possa dar, seja pela linguagem, seja pela estética, seja pela temática: sua poesia localiza-se entre o Romantismo, o Simbolismo e até o Modernismo. Considerando que Sousândrade morreu em 1902, é possível notar o grau de inventividade do seu produto poético.

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